“O que eu posso fazer como consumidor de informação é tentar financiar as coisas que eu acredito.”

Um dia desses estava lendo a entrevista de Denis Bugierman, colunista do Nexo Jornal, roteirista do Greg New sobre o “O Futuro do Jornalismo” , e tinha uma pergunta assim:  Por que não conseguimos convencer as pessoas a pagar pelo jornalismo agra? E você acha que vamos conseguir no futuro?

A resposta dele foi sensacional. E a frase que mais me pegou foi a seguinte:

O que eu posso fazer como consumidor de informação é tentar financiar as coisas que eu acredito.

Isso vale também para os criadores de conteúdo, famosos youtubers, instagramens, facebookers.

Vocês já pararam para pensar de onde vem a renda dos criadores de conteúdo? Nem todo mundo consegue marcas e empresas para financiar seu trabalho. Principalmente se você é preta, preto, mulher, LGBTQ ou se você fala sobre assuntos que as marcas não querem comprar, como racismo, machismo lgbtqfobia e afins.

Os internautas exigem frequência de conteúdo, qualidade de imagem e som nos vídeos, exigem atenção e tudo mais. Entretanto, ninguém está disposto a custear as ferramentas de trabalho e muito menos garantir que o criador de conteúdo tenha tempo para se dedicar.

Diversos youtubers fizeram e fazem campanhas de financiamento coletivo para conseguir comprar câmera, computador etc e outras pessoas fazem de financiamento recorrente. Anderson França, empreendedor social, maker, escritor e facilitador que admiro, tem um financiamento recorrente para continuar escrevendo. Ele está certo.

A Benfeitoria já tem o “Espaço do Youtuber”, apenas para financiamento. Além disso existe o YouTube Fan Funding, lançado em 2014, permitindo que os usuários façam doações únicas para seus canais favoritos e criadores de conteúdo.  No Brasil isso já está funcionando. O único que pude acompanhar foi o canal Diva Depressão, quando os meninos estavam fazendo o ao vivo no Oscar. Sem contar que quando eles foram furtados pelo Uber, fez vaquinha para conseguir novos.

O público quer consumir, mas não quer financiar. O nome disso é hipocrisia. Afinal, militância não é profissão , militância não paga boletos. Anderson é escritor, Spartakus é publicitário. Cada um tem sua profissão, mas para se dedicar à algo que realmente querem e que vocês exigem, precisam de dinheiro e ferramentas certas.

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Militância não é profissão, militância não é emprego

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