Lollapalloza 2019: recorde de patrocínio e tiros pela culatra

O Lollapalloza, festival de música realizado pela Time For Fun,  bateu o recorde de patrocínio em 2019. As marcas patrocindoras e apoiadoras são: Bradesco, Next, Budweiser , Doritos, Adidas, Vivo, Onix, Fusion Energy Drink, Johnnie Walker, Fini, Coca-Cola, Samsung Galaxy S10 e Axe.

Mas vamos começar pelo parceiro oficial: CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitano), em outras palavras, o trem de São Paulo. Foi um desastre! A quantidade de pessoas fez com que o trem quebrasse, parasse, não funcionasse o ar condicionado, fez com que muita gente perdesse seus shows favoritos etc. Mas o trem é assim quase todo dia, então não sei o que muda quando o Lolla diz que a CPTM é o parceiro oficial do festival. Deve ser só para colocar os adesivos das marcas patrocinadoras e apoiadoras.

Sobre as estratégias de comunicação de algumas marcas, a primeira que deu um tiro pela culatra, sem dúvidas foi a Adidas. Eu gosto da Adidas, mas assim que vi essa a foto abaixo, perguntei: Como não fazer uma estratégia de comunicação no Lollapalooza?

Nite Station
Nite Station – Adidas

Tudo bem que é referência ao tênis Nite Jogger, mas não escreve deste tamanho e ache que as pessoas não vão ler Nike. Além do Nite Sation, tinha o Nite Gas, a Nite Deli, Nite Stand e Nite Garage.

Sem contar que no palco Adidas, Jorja Smith e toda a banda entraram vestidas de camisa do Brasil com um símbolo da Nike e também utilizando o Air Force.

Tirei essa foto durante o show
Tirei essa foto durante o show
Instagram @jorjasmith_
Instagram @jorjasmith_
Foto @flashbangmediahouse
Foto @flashbangmediahouse

Quando achei que as pessoas que criaram essa estratégia não estavam bem no dia dessa aprovação, li uma matéria no site Clube de Criação, a qual o  Felipe Savone, gerente sênior de marca da Adidas, disse:

Nite Jogger é um dos principais lançamentos da Adidas este ano e vai permear toda a comunicação com o consumidor durante o festival. Queremos proporcionar aos frequentadores do Lollapalooza uma  experiência inesquecível com o universo criativo da marca

A campanha e a estratégia definida para a Adidas – que estreia no Lolla – tem assinatura da Ogilvy

Uma outra foi a Funsion Energy Drink, de energético. O vídeo que passava no telão é constrangedor. A dica para ganhar um energético era:

  1. Encontre alguém dormindo
  2. Tire uma foto e publique no Instagram
  3. Marque a Funsion Energy Drink
  4. Troque por um Fusion Energy Drink

Em pelo 2019 há marcas que acham legal a exposição de pessoas que não estão pedindo para serem expostas. E acha mesmo que isso fará com que traga conversa de marca positiva nas redes sociais. Outro tiro pela culatra, porque no final ninguém ou quase ninguém fez porque eles começaram a dar o energético.

No sábado foi dia de pânico. Toda hora alguém da produção falava no microfone:

Fiquem próximos à saída de emergência em caso de uma possível evacuação.

Isso porque estava previsto chuva e o show de Rashid e de outros pararam bem no início por conta de uma medida de segurança.

Foto: Fabio Tito/G1
Foto: Fabio Tito/G1

Até que falaram novamente no microfone, só que dessa vez foi o momento de correr:

Evacuação imediata! Procurem à saída de emergência.

Uma comunicação desesperadora! Foi cena de filme e eu estava lá!

Muita gente foi evacuada e em seguida foi embora. Porém nas redes sociais, aplicativo e site do Lolla a produção informou que era evacuação voluntária. Mas quem estava lá sabe que não foi assim. Muita gente nem queria sair, gritava pra ficar porque pagou caro. (R$ 800/inteira por dia de festival)

A melhor parte disso tudo foi ter visto o show completo da banda Liniker e os Caramelows. Ano passado os fios pegaram fogo e o show da banda teve que ser interrompido. Mas este ano vi o show completo.

Resumindo:

  1. CPTM não teve nada de novo sob o sol mesmo sento parceiro oficial do Lolla
  2. O nome Nite, da Adidas, foi trocado por Nike na leitura do público
  3. Fusion Energy Drink acha legal expor as pessoas em troca de um energético
  4. E o Lolla mente não assume que evacuou as pessoas por medidas de segurança. Não foi algo voluntário.

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