Depois de assistir a peça de teatro o Topo da Montanha, com Lázaro Ramos e Taís Araújo, só reforcei o quanto é importante termos referências de líderes negr@s como Martin Luther King, Nelson Mandela, Winnie Madikizela-Mandela, Ângela Davis e muito mais.
Mas também acredito ser importante conhecermos @s notórios anônimos, jovens negr@s que no seu dia-a-dia e em sua área de atuação realizam coisas simples e brilhantes. Essa inquietação veio depois desse post:
Para isso, pedi ajuda no Facebook. As respostas foram incríveis! Amig@s reconhecendo uns aos outr@s. Nossas referências estão tão próximas. E o que essas pessoas têm em comum? São jovens, negr@s, viv@s!
Tauan é estudante de Engenharia de Produção, mas isso não o impede de se jogar no mundo artístico. Seu primeiro projeto artístico foi feito pela ferramenta Paint e deu visibilidade ao mundo dos orixás, sem estereótipos.
“A simplicidade do Paint me encanta. É simples, tem em todo computador e consigo expressar exatamente o que quero”, Tuan Carmo
Tauã é daquelas que faz muito com pouco. É só olhar as fotografias abaixo!
Alan Costa tem 23 anos, formado em Letras e cursa Análise do Discurso, como aluno especial do mestrado na Universidade Estadual da Bahia. No inicio do ano, ele idealizou o coletivo Afrobapho que se tornou também uma festa.
“Eu sempre senti falta de referências explícitas da cena LGBTQ negra nas mídias, principalmente na internet. Então depois de ter assistido o documentário “Paris is Burning” e logo em seguida ter conversado com a Bicha Nagô – Ezio Rosa, eu decidi pensar num projeto que abarcasse essas vivências, que resgatasse e unisse todas elas, como um exemplo da nossa existência”, explica
A melhor coisa que aconteceu na vida dele foi ter conhecido pessoas maravilhosas, inspiradoras, com histórias de resistência emocionantes através do Afrobapho.
Alan é o do tipo que todo mundo quer ser amig@ porque ele consegue compartilhar a sua resistência com seus pares, mostrando ser uma “bicha preta fabulasa” (palavras dele <3)
Ayana Odara tem 17 anos, mineira, cursa Química na Escola Técnica de Minas Gerais e é feminista negra. Você só precisa de 10 minutos para ficar encantada com Ayana Odara e desejar ser amiga de infância.
“Na adolescência nunca tinha coragem de ir para escola com cabelo black power. Mas quando cheguei em Salvador , me senti muito feliz, estava em casa”, Ayana Odara
Não importa em qual lugar do Brasil, se tiver eventos e ações de interesse dela, ela vai.
É necessário segurança em nós mesmos para que as coisas possam dar certo. Isso se aplica desde a escola até viajar sozinha”, diz
Tamires é daquelas que admira as pessoas intensamente. Moradora do Nordeste de Amaralina, em Salvador, estuda produção cultural e é poetisa. Se liga nesse poema:
Pretx?
Você ainda não se tocou?
Vou dizer pra você
A sociedade diz que você é mulatx
Para um pouco de privilégio você ter
Ou até mesmo sua cor esconder
Fortaleça sua mente
Mostrando seu talento admitindo sua cor
VENÇA TODA ESSA GENTE
Conheço sua trajetória e o seu caminhar
Mas lembre , a favela só vai te reconhecer
Quando alguém de fora lhe apresentar.
Tamires Menezes
É tão forte vê-la recitando. Os arrepios, o olhar, a intensidade na fala.
Iniciou sua militância em organizações partidárias, pois foi o caminho que encontrou para tentar compartilhar com o mundo aquilo que sabe. Por todos meios necessários, não é mesmo?
“A melhor coisa que fiz nessa vida até agora foi reconhecer o meu lugar no mundo. Foi saber que sou suficiente pra mim”, diz
Todo mundo deveria ser aplaudido de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo.
August Pullman