2016
Imagem retirada do Facebook

2016 foi foda! Em todos sentidos que a palavra foda pode ter.

Não quero listar as partes ruins do ano, porque nas redes sociais você pode encontrar vários momentos trágicos de 2016.

E também não vou listar as melhores coisas que aconteceram, porque o site Free The Essence e o Imagina Coletivo já fizeram isso. Por isso, irei compartilhar algumas coisas legais que aconteceram comigo.

EMPREENDEDORISMO

Desabafo Social
Lucas Santana, Monique Evelle e Neuza Nascimento

Este ano criei junto com Lucas Santana e Neuza Nascimento (minha mãe) a Kumasi – markeplace e suporte para empreendedores afrodescendentes. A Kumasi não apenas fortalece os empreendedores negros de Salvador, mas desde sua criação percebemo que estamos trabalhando com autoestima. Tantos dos empreendedores que vendem na loja, quanto do consumidor que se enxerga nos produtos.

Saímos em diversas mídias (BBC Brasil, East Online, GIOH e outras), inclusive a de Rodrigo Constantino. Se você não conhece esse cara, nem precisa. Ele foi colunista da revista VEJA e foi demitido. O texto dele foi o desserviço, mas o suficiente para alavancar as vendas da Kumasi e fazer a loja ser mais conhecida. Como diz Gabi Oliveira:

Se Rodrigo Constantino falou mal de você, você está um sucesso!

Eu não dei a resposta pra ele, mas Djamila Ribeiro fez isso <3

Ah! E a melhor matéria que saiu sobre a Kumasi foi essa aqui:

Casal de estudantes cria projeto para potencializar negócios de empreendedores negros

Além na Kumasi, junto com o Desabafo Social e Ítala Herta, realizei o evento Encontros & Africanidades.

O evento que reuniu artistas nacionais e locais para show, debates e feira empreendedora.

No dia 01 de novembro, aconteceu na Praça Teresa Batista, no Pelourinho, o show de MC Soffia e Dream Team do Passinho. E no dia 02 de novembro, fizemos um feira empreendedora e realizamos um #NaRoda sobre ARTvismo no Candeal com a participação de

Tássia Reis, Juliana Ribeiro, Mel Duarte, MC Soffia, Olivia Santana e Lellezinha. Contamos com diversos apoios, entre eles a  Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, UNFPA, UNIFACS, TV Aratu, Hotel São Salvador, U-Report Brasil e outros parceiros.

roleAlém disso, eu, Luma Nascimento e Yasmim Reis criamos o Circuito Rolezinho, uma iniciativa de produção cultural para construção de novas narrativas, através de diferentes linguagens: música, cinema, performance, moda, rodas de conversas entre outras.  O objetivo do projeto é fazer circular uma produção cultural feita pela e para juventude negra, numa perspectiva de desenvolvimento sociocultural e econômica para a comunidade afrodescendente. A primeira edição aconteceu dia 18 de dezembro, no Pelourinho e foi SENSACIONAL!

A Kumasi e esses eventos me ensinaram muitas coisas. Entre elas:

http://moniqueevelle.com.br/blog/3-erros-que-os-empreendedores-cometem-quando-estao-comecando/

03 aprendizados sobre Produção Cultural

DECISÕES 08 OU 80

BA - SALVADOR - 24/05/2016 - REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 - Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Andre Luiz Mello
BA – SALVADOR – 24/05/2016 – REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 – Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Andre Luiz Mello

Tive que tomar várias decisões complicadas e rápidas. Uma delas foi a minha participação nas Olimpíadas. Por tudo que estava acontecendo no Brasil,  só consegui decidir se iria participar ou não no dia que estava previsto. Ou melhor, 3h antes. Liguei para milhares de pessoas chorando, fiz texto no facebook falando que não iria participar… E todas pessoas falaram da importância de estar naquele lugar.

Acabei indo. E quando estava terminando o revezamento, uma menina grita:

Olha mãe, ela é a única que parece comigo

 

Isso mostrou que eu realmente tinha que ter ido. No final chorei. Chorei muito. Mas me sentia leve.

Um outra decisão também complicada, foi participar do programa Diálogos da Esperança, na Globo News. O debate foi sobre Raça, Gênero, Educação e Violência. Liguei para algumas pessoas da mesma forma, perguntando se deveria ir. A resposta era mesma: VÁ! E fui. Foi um ótimo momento de ir para rede nacional falar sobre tudo que já falo. E a melhor parte é que minha fala não foi cortada e foi parar na página da Rede Globo, gerando milhares de tretas.

globo

Diálogos da Esperança
Diálogos da Esperança

Essas duas coisas foram as principais decisões para que as pessoas me odiassem , me amassem ou tanto faz. Mas como diz Rashid em sua música ‘No meio do Caminho’:

Humanos não me enganam
Preferem xingar o que não gostam do que exaltar
o que amam
Olham pra onde fui e chiam
Mas se soubessem dos ‘não’ que eu já falei, me amariam

 

REPRESENTATIVIDADE

Na escola eu era xingada e tinha vários apelidos horríveis por causa do meu cabelo crespo. Assim que terminou o Ensino Médio, muitos colegas de sala e do colégio me excluíram das redes sociais. Mas agora estão adicionando novamente. Mas não aceitei. Por dois motivos:

  1. El@s fizeram parte do grupo que me xingavam
  2. Toleravam minha existência e só estavam esperando terminar o colégio

Sem contar que vááááááários coleguinhas que acabaram com minha vida na escola, me encontram na rua e nos lugares e dizem:

ELX: Tenho tanto orgulho de ter estudado com você!

EU: Mas eu não!

ELX: Por que isso Monique?

EU: Querid@, você esqueceu que você que me humilhava na escola? Lembra que você me chamava dos piores apelidos? Você só falava comigo para fazer dupla na hora da prova, porque eu sabia o assunto? Você que foi a primeira pessoa a me excluir das redes sociais quando o colégio terminou? Lembra disso não? Que orgulho eu teria de ter estudado com uma pessoa como você? Nenhum! 

ELX: Mas era brincadeira. Não precisamos lembrar disso agora. Nós crescemos.

EU: (sempre saio andando e deixo a pessoa falar sozinha)

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AVON 2017

E agora estou aqui maravilhosamente de dreads (feitos pela Mukunã Dreadsloocks) sendo convidada para campanhas da AVON 2017 e Melissa. Como não ficar feliz?

Como não ficar feliz com o convite da Editora FTD para ter minha foto e um pouco na minha história nos livros didáticos de inglês que serão distribuídos nas escolas públicas do Brasil? Como não ficar feliz sabendo que você nunca se enxergou em nenhuma boneca e agora essa boneca será igualzinha a você? É, em 2017 Monique Evelle será uma boneca, confeccionada na loja Preta Pretinha (SP).

Como não ficar feliz com isso:

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EVENTOS E HISTÓRIAS

Nunca tinha sido convidada para fazer o TEDx. Quando fui, fiz dois seguidos (19/07 e 23/07). O primeiro foi o TEDxRioVermelho, em Salvador. Foi até legal. Mas o TEDxSãoPaulo – Mulheres que Inspiram, foi IN-CRÍ-VEL!

Na semana dos TEDx, aconteceram coisas nas redes sociais que me abalaram muito, muito mesmo e não vou mencionar aqui.  Mas depois que fiz o TEDx e veio Sueli Carneiro dizer…

Eu na sua idade nunca conseguiria fazer o que você fez no palco. Você foi incrível! Parabéns!

.. ZEREI A VIDA!

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TEDxSãoPaulo – Mulheres que Inspiram

E recentemente participei do Fórum Vamos falar Sem Medo, organizado pelo Instituto Avon e lá estava Sueli Carneiro de novo.  E dessa vez ela vira e diz:

Sua consciência racial é perfeita. É ocupar mesmo, é hackear. Você não se sueliengana com a romantização do empreendedorismo e do empoderamento.Você desmascara, traz os mitos e age em cima disso. Não dá pra gente se sustentar numa cultura de miséria. Obrigada por existir. Obrigada! Obrigada! Estamos de olho em você!

Ou seja, zerei a vida de novo!

Sem contar que fui para o lançamento do livro da jornalista Maria Julia Coutinho, mais conhecida como Maju. Esperei mais de 05 horas na fila junto com a jornalista Valéria Almeida, porque queríamos curtir aquele momento. Queríamos contemplar aquela livraria lotada de pessoas negras querendo estar perto da Maju. Foi lindo!

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Essa foto é histórica. Anotem isso! Maju, Monique Evelle e Valéria Almeida.

COLÔMBIA

Eu poderia começar escrevendo sobre minha experiência no Simpósio Afrolatinoamericano na Universidade de Harvard, que aconteceu em Cartagena, Colômbia. Apesar do compartilhamento de práxis e epistemologia da população negra na América Latina, não foi a parte mais importante da viagem.

É importante lembrar que a Colômbia é o segundo país da América Latina com o maior número de afrodescendentes. E Cali é a cidade mais negra, assim como Salvador, no Brasil.

De acordo com o estudo da Alcaldía, 60% da população de Cali é negra, mas apenas 26,4% dos caleños se reconhecem enquanto negros. São mais de 3 milhões de habitantes em Cali e o distrito de Aguablanca é o lugar que mais concentra pessoas afrodescendentes, chegando a mais de 800 mil pessoas. E é de Aguablanca que vem Jeniffer Quintero, fotógrafa e faz parte de um coletivo chamado L Bairro, realizando projeções de cinema nas comunidades em zonas urbana e rurais em Cali e Pacífico Colombiano e três senhoras incríveis que realizam projetos na Casa Cultural el Chontaduro e tem um grupo musical.

Eu ainda não sei falar sobre minha experiência na Colômbia. Mas posso dizer que foi forte, intenso e incrível.

MELHORES PESSOAS

Tive a felicidade de encontrar nessa vida pessoas que eu não quero desgrudar nunca mais. Começando com as maravilhosas Juliana de Jesus e Isis Carolina Vergílio, que fazem com que o brilho da Tássia Reis chegue cada vez mais longe, ou seja, são produtoras. Ana Paula Paulino, produtora da MC Carol, que é tão atenciosa, tão profissional, tão dedicada. Mas isso é possível perceber sem conhecê-la né? É só olhar o sucesso de MC Carol. E Kamila Pimentel, mãe e faz tudo com MC Soffia. Soffia é uma artista incrível que tem uma base familiar que me enche de orgulho.

Além das mulheres lindas, tem também dois rapazes que desde o primeiro contato percebi que eram demais. Rafael Dragaud e Carlos Alberto, duas pessoas fantásticas que fortalecem nossas ideias e espalham nossas ações.

Não posso deixar de fora que foi muito lindo e está sendo, a presença de Tássia Reis, Liniker, Assucena, Raquel Virgínia, Gabi Oliveira, Lellezinha e todo o time do Dream Team do Passinho, MC Soffia, Lázaro , Taís e Danilo em minha vida.

E o melhor de tudo: meu amigo irmão que sempre espera eu voltar pra casa <3 Edivaldo Cardoso.

Ah gente, 2016 foi FODA! E 2017 vai ser mais ainda!

 

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Festival Back2Black 2016

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