Mais do que atualizar as redes sociais diariamente, há candidat@s utilizando outros formatos e novas tecnologias para garantir um modelo de campanha diferente do que estamos acostumad@s a ver (santinhos, panfletos, etc). Claro que isso não significa ganhar as eleições, mas é um experimento da Política 2.0
Em um país onde as palavras crise e golpe são as mais ouvidas, ter esperança parece utopia. Mas Marcio Black, candidato a vereador de São Paulo pelo partido Rede, criou uma playlist no Spotify com trilhas sonoras para o futuro. Assim como ele, Maria Rita Casa Grande, candidata a vereadora de São Paulo pelo PSOL, vem mostrando em seus vídeos e rodas de conversa que a utopia pode virar realidade, quando ativistas mulheres, negras e LGBTs ocuparem um cargo no Legislativo.
Corrupção também é o que costumamos ouvir e é tudo que não queremos. Por isso, Marcelo Freixo, candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSOL, iniciou uma campanha de financiamento coletivo para receber apoio de pessoas físicas. Freixo acredita que “o caminho de combate à corrupção não é moralista, é a reforma política” e o fim do financiamento privado de campanhas é um passo para isso.
Sobre ouvir as pessoas para construir propostas, Eric Pereira, candidato a vereador de Salvador pelo PTN, lançou um aplicativo para receber sugestões e garantir a transparência de sua campanha. Isa Penna, candidata a vereadora de São Paulo pelo PSOL, criou uma plataforma chamada SP pras Minas, para estabelecer laços com os coletivos e pessoas interessadas em construir coletivamente propostas com foco no combate ao machismo em São Paulo.
PS: Mais do que se encantar pelo uso das ferramentas que @s candidt@s estão utilizando, leia as propostas de tod@s candidat@s antes de votar e veja se faz sentindo para a cidade que você quer ver nos próximos 4 anos.
Caso Mexicano
Pedro Kumamoto é um deputado mexicano de apenas 25 anos. Ele foi o primeiro candidato independente a ganhar uma eleição, com um orçamento mínimo e conseguiu preencher uma posição de representação popular em Jalisco, no México. Isso graças a mobilização estratégica dos integrantes do movimento Wikipolítica. Kumamoto utiliza transmissão ao vivo do Facebook em suas reuniões e criou um coworking no Congresso para que a sociedade civil possa utilizar para pensar novas formas de fazer política através de colaboração em rede.
Red de Innovación Política en América Latina
3 ideias geniais para inovar a política e tentarmos transformar este cenário
Medialab-Prado (Espanha): é um laboratório nacional de produção, pesquisa de projeto cultural que explora as formas de experimentação e aprendizagem colaborativa que surgiram a partir de redes digitais. Ele faz parte do Departamento de Cultura e Esportes da Câmara Municipal de Madrid. Para o Medialab-Prado oferecer várias formas de participação que permitem que pessoas com diferentes perfis (artística, científica, técnica), os níveis de especialização (peritos e iniciantes) e graus de implicação, a colaborar, eles oferecem um espaço de informação, consultoria e encontros, com a presença de mediadores culturais que explicam a natureza do espaço e conectam pessoas diferentes e projetos com o outro; concursos abertos para a apresentação de propostas e a participação no desenvolvimento de projetos colaborativos; programa de atividades que compreende workshops, seminários e debates, bem como as reuniões dos diferentes grupos de trabalho, exposições, conferências e outros eventos, como concertos e performances.
DemocracyOS (Argentina): é plataforma online em código aberto onde é possível ter informações, discussão e votação de propostas do Poder Legislativo. Usando esta ferramenta, os cidadãos podem designar uma lista de projetos de leis. Após a conclusão do processo de seleção, as três iniciativas mais votadas irão para outra instância no mesmo local onde serão discutidas. Lá é possível discutir com profundidade cada projeto selecionado, avaliar os argumentos e votar neles como fazem os legisladores.
Update (Brasil): plataforma que reúne 700 iniciativas, de 21 países da América Latina com práticas de políticas emergentes. A proposta da Update é permitir que se conheça um pouco do universo das novas práticas políticas. É possível explorar os resultados variando as múltiplas combinações de filtros e permitindo análises próprias. Ou seja, é um banco de projetos inovadores para aumentar o engajamento dos cidadãos com as políticas públicas na América Latina
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