O que passa pela sua cabeça quando você ouve a palavra hacker? Provavelmente a imagem de um bandido na web, ladrão de informações, invasores e ameaça para sociedade, como essa imagem abaixo.
É, pode até ser. Mas seria legal entendermos as múltiplas formas de um hacker.
A democracia na América Latina está em crise. Há quem diga que os Estados Unidos estão promovendo essa desestabilização. Tratando-se do Brasil, o cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, citou em uma entrevista as iniciativa do Partido dos Trabalhadores que contrariam os Estados Unidos, como por exemplo a criação do Banco do BRICS e o regime de partilha para o pré-sal. Sem contar que a presidente Dilma foi espionada pela NSA e não cedeu aos EUA em outras questões de política internacional.
Uma coisa é certa: nós, jovens, não nos sentimos representados pelo que está aí. Não é a toa que existe milhares de coletivos, grupos fazendo uma nova política. Política na rua, na esquina, na quebrada, nas praças e nas redes.
Todos esses coletivos são compostos por hackers que nem ao menos sabem que são hackers. Eles atuam politicamente, num sistema falido e para transformá-lo. Esse é o papel do hacker político: entender como funciona a política, se apropriar das ferramentas já existentes, compartilhar informações e reinventar.
Então você já pode mudar imagem do hacker malvado para este hacker:
BE-A-BÁ DO HACKER POLÍTICO
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Identifique a sua causa
São muitos problemas pra gente resolver. Mas o que te deixa mais angustiado? O Desabafo Social acredita que o primeiro passo para dar certo, é identificar aquilo que te faz vibrar. Vibrar ao debater, vibrar ao querer realizar, vibrar porque você acredita que pode transformar para melhor, vibrar pela causa!
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Dê três voltas em sua rua
Se você quer mudar o mundo, é porque não está satisfeito com o que está aí. Procure saber os motivos de nada está dando certo e com você pode colaborar para dar certo. Mas primeiro conheça sua rua, seu bairro, sua cidade, seu estado e depois seu país. Vá sem pressa e sempre!
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Acredite que você pode
Não adianta querer mudar o mundo começando com a frase “ E se..”. Esqueça isso! Você pode fazer o que você quiser. Faça o que seja bom pra você e para o próximo.
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Utilize o que está ao seu alcance
Comece com o que tiver. Pode ser uma folha de ofício, um caderninho, um computador com acesso à internet ou uma palavra. Utilize as ferramentas que você tem em mãos.
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Mostre que é possível
Depois de identificar a causa, de entender como funciona sua rua, bairro, cidade, de acreditar na sua ideia e utilizar o que está ao seu alcance, as pessoas irão acreditar também e se identificar com a sua causa. Quando você acredita muito que pode, você consegue encontrar pessoas que podem colaborar com sua causa. Aos poucos as pessoas vão se aproximando para somar e realizar junto. Você vai ver que a causa não é individual, é coletiva.
TIPOS DE HACKER POLÍTICO
Os hackers são como mutantes que se interligam com outros para fortalecer sua rede de atuação. Existem vários tipos, conheça os mais comuns:
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Hacker Ativista Digital
Quem nunca utilizou as ferramentas digitais para denuncias violações de direitos, sugerir propostas, acompanhar votações etc? O hacker digital entende a internet como outra esfera de socialização para mobilizar pessoas entorno de uma causa ou várias causas.
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Hacker Ativista da Profissão
Provavelmente, todo mundo deve conhecer alguém que utiliza suas habilidades profissionais para ressignificar a cidadania. Um exemplo bem simples é o jornalista. O jornalista vai para as manifestações, registra o ocorrido e divulga o seu olhar político sobre o que aconteceu. O professor também é um bom exemplo. Utiliza seu conhecimento profissional com o ativismo.
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Hacker Empreendedor
Esse tipo de hacker identifica o problema e já começa a empreender em cima disso. Cria um negócio social buscando soluções práticas. Pode ser através de uma plataforma digital ou consultorias. O hacker empreendedor está preocupado em mudar o mundo através de ferramentas de participação.
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Hacker das Ruas
Utiliza o espaço público para realizar manifestações culturais, debates, promover encontros e pensar soluções para a cidade.
#FICADICA
Se inspire com alguns hackers que estão realizando trabalhos incríveis em diferentes áreas de atuação
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Civic Stack
Duas organizações da Argentina, Asuntos del Sur e Democracia en Red e criaram um portal chamado Civic Stack. Essa plataforma é compartilha aplicativos abertos de diversos países, que foram desenvolvidos por cidadãos, organizações ou governos que buscam ampliar a participação democrática e inovar nas soluções para os problemas que enfrentam as sociedades. A ideia é fornecer acesso fácil as ferramentas digitais para os ativistas e organizações incentivar a participação social e fortalecer seus processos organizacionais e de tomada de decisão.
Acesse http://www.civicstack.org/
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Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores (RENAJOC)
A Renajoc utiliza mídias alter realiza ações que buscam unir adolescentes e jovens do Brasil para chamar a atenção para o Direito Humano à Comunicação, fazendo coberturas colaborativas de eventos relevantes para os adolescentes e jovens e integrando debates nacionais sobre adolescência, juventude e comunicação. Por conta disso, a rede criou o “DIA C” – Dia Nacional da Juventude Comunicativa, comemorado em 17 de outubro juntamente com o Dia da Democratização da Comunicação.
Acesse http://renajoc.org.br/
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Jornalistas Livres
O coletivo de Jornalistas Livres realiza cobertura colaborativa contra a manipulação política da mídia tradicional, buscando narratividades independentes. Eles utilizam o conhecimento profissional com o ativismo.
Acesse https://medium.com/jornalistas-livres
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Ocupa Lapa
São hackers das ruas que ocupam o bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, realizando ações culturais e artísticas. O “Ocupa Lapa” nasceu para repudiar as ações violentas da polícia no bairro, durante as manifestações de junho. O objetivo é promover reflexão nas pessoas através manifestações artísticas.
Acesse: https://www.facebook.com/OcupaLapa
O hacker sabe que é preciso fazer parte e entender o sistema que existe para poder transformá-lo! Por isso não esqueça de assumir a responsabilidade, se dedicar ao processor, propor soluções , por a mão na massa e não deixar a peteca cair.