“Agora dá pra rolar manifestação pré-copa sem intervenção militar.”

Com a greve da Política Militar na Bahia, o Estado tenta mostrar mais uma vez que sem ele só conseguimos viver em um estado de natureza.

Segundo Hobbes, o estado de natureza era o estado de guerra, visto que cada um buscava seus interesses e sua sobrevivência através do uso da força. Para garantir segurança à vida, os homens estabeleceram um contrato entre si, transferindo para um terceiro, a força coercitiva da comunidade, em troca da liberdade natural. Desta forma, o homem passa do estado de natureza para sociedade civil, onde o Estado é o soberano que detém o poder para delimitar a lei, devendo intervir em questões que gerem conflito e guerra.

Pois é. Na noite de hoje (15/04/2014) a PM-BA decretou greve. Na ausência da PM o caos toma conta. Clima tenso, de medo e todos em casa. Mas, como Camie Motta disse em um comentário no meu facebook, “olhando pelo lado bom: agora dá pra rolar manifestação pré-copa sem intervenção militar. rs” Realmente.

Claro que vocês lembram que os manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia. Não precisarei listar os dados e os casos que comprovam as práticas genocidas do braço armado do Estado, não é?

Já disse em outras publicações, mas é bom repetir. É evidente que a PM age com violência. As ações truculentas têm lugar e público reservado: periferias e negros. Não foi atoa que em 2012 o Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu que o Brasil combatesse a atividade dos “esquadrões da morte”.

Aproveito e divulgo a Moção de Apoio ao Projeto de Lei 4471/12g o qual manifesta apoio para garantir a exaustiva apuração de casos de letalidade derivada do emprego da força policial e redução substancial dos casos de execuções cometidas por policiais.

Mas e aí? A greve da PM retrata a inconstitucionalidade ou direito de resistência? “O inimigo agora é outro” ?!

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