Tecnologia social e participação juvenil.

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O Desabafo Social foi criado em 2011, pela jovem  soteropolitana Monique Evelle. Inicialmente era apenas o nome do grêmio estudantil no Colégio Estadual Thales de Azevedo. Monique estava cursando o último ano do Ensino Médio e por isso decidiu levar o Desabafo Social para fora do colégio.

Então, no primeiro semestre de 2012 , iniciou oficinas e rodas de conversas com crianças do bairro Nordeste de Amaralina. Foram seis meses de atividades com o público infantil. Entre as atividades, podemos destacar oficinas de educação ambiental, reforço escolar, direitos humanos da criança e do adolescente, produção de fanzine e muito mais.  No segundo semestre do mesmo ano, o Desabafo Social começou a trabalhar com os adolescentes e jovens buscando compartilhar conhecimentos sobre comunicação, cidadania e relações raciais, contribuindo assim, para o empoderamento da juventude. Pouco tempo depois, o Desabafo Social se tornou uma rede nacional. Isso só foi possível através de articulações e ações realizadas no ciberespaço.

Hoje o Desabafo Social tem colaboradores jovens espalhados por sete estados brasileiros, buscando formas de criar espaços de debates, envolver escolas, comunidades e instituições para promover a cultura de direitos humanos, incentivar e estimular o engajamento de adolescentes e jovens em causas sociais e subsidiar a elaboração e criação de novas iniciativas pensadas por jovens.

O trabalho do Desabafo Social acontece no cenário físico por meio de palestras, seminários, rodas de conversas, oficinas e participações de eventos. E no cenário virtual debates on-line por meio das redes sociais, da Revista On-line e da Web Rádio. Tem como missão realizar e compartilhar práticas alternativas de direitos humanos da infância e da juventude, comunicação e cidadania, além de se tonar referência em participação juvenil com incidência política.

Em um seminário sobre tecnologias sociais promovido pela Fundação Banco do Brasil, 2004, Juçara S. Pedreira, Ladislau Dowbor, Maia Takagi, Sandra Boudarovsky, Rogério Miziara e Sonia Kruppa, formularam coletivamente o conceito de tecnologia social. “Conjunto de técnicas e procedimentos, associados a formas de organização coletiva , que representam soluções para inclusão social e melhoria na qualidade de vida.”

Para Lassance e Pedreira (2004) os métodos das tecnologias sociais perpassam pela articulação da ampla rede de atores sociais, pela adaptações inteligentes e espírito inovador, além da viabilidade política, técnica e social. A viabilidade política refere-se a autoridade e visibilidade que a tecnologia social ganha com o tempo, ou seja, pessoas passam a recomendar. A viabilidade técnica tem a ver com o projeto básico das ações, para que seja possível realizar em diferentes espaços e a viabilidade social quando a tecnologia se mostra capaz de ganhar escala, formando uma rede.

O Desabafo Social tornou-se tecnologia social a partir do momento que passou a ser instrumento para construção de soluções no campo social, através do conhecimento empírico dos jovens que compõem a rede, sendo referência para outros grupos, coletivos, redes e organizações.

O uso de metodologias que respeitam a diversidade, a realidade sociocultural das crianças, dos adolescentes e dos jovens, conciliando teoria e prática, o uso da linguagem adaptada decodificando termos para um vocabulário de fácil entendimento a um cidadão comum, além da efetivação dos direitos já existes, principalmente relacionados à participação juvenil, faz do Desabafo Social uma rede com resultados tanto qualitativos, quanto quantitativos.

Experiência de baixo custo e com grandes impactos sociais, o Desabafo utiliza a inteligência colaborativa proposta pelo sociólogo Pierre Lévy, através da educação popular pensada por Paulo Freire.

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