#celebrar5: Entrevista com Monique Evelle, criadora do Desabafo Social!

Feito originalmente por: Maia Vox.

Oi, tudo bem com você? Espero que sim!?

Para fechar as semanas com chave de ouro, um dos objetivos das nossas conversas nas sexta-feiras é celebrar gente que inspira e ideias que dão esperança.  Como nossa primeira convidada, vamos conhecer e celebrar a Monique Evelle, sem dúvidas uma mulher encantadora.

Fundadora do Desabafo Social, projeto social iniciado em Salvador, Bahia, que agrega protagonismo infanto-juvenil, direitos humanos e comunicação, ela que já foi eleita uma das 25 mulheres negras mais influentes na internet em 2013 pelo coletivo “Blogueiras Negras” e tem suas ideias cada vez mais reconhecidas em âmbito nacional, nos deu a honra de bater um papo para o blog.

Conhecendo o Desabafo Social.

O que começou como um trio na escola em que a Monique estudava, hoje é um projeto grande e vivo que conta com colaboradores, sobretudo jovens, de 22 estados brasileiros. O Desabafo Social promove os direitos humanos na vida de crianças, adolescentes e jovens, se utilizando para isso de oficinas, palestras e uma interação forte no mundo virtual, sempre guardando recortes sociais importantes – como de gênero e raça – nas discussões que abrem.

Entenda mais sobre o projeto no vídeo abaixo.

Conheça agora mais um pouco da Monique Evelle e de suas ideias na entrevista à seguir!

Mari Gomes (Blog MV): Desde já te agradeço por aceitar o convite. Gostaria que você se apresentasse: quem é a Monique Evelle?

Monique Evelle: Filha única, jovem como qualquer jovem e mulher negra.

Mari Gomes (Blog MV): O que te fez levar o Desabafo Social para fora da escola?

Monique Evelle: Primeiro que eu não consegui realizar nada do que eu realmente queria fazer na escola com o recorte racial. Então foi nas ruas que consegui deixar o Desabafo vivo.

A escola ainda não está preparada pra essa demanda e continua silenciando os estudantes.

Segundo que na periferia a rua é o lazer e o entretenimento. Então, me utilizei desse espaço para ficar mais próxima do pessoal e dialogar sobre direitos humanos de uma forma que eles pudessem compreender. Então, utilizava e utilizo exemplos de novelas e futebol, porque são duas coisas que a maioria assiste e que nos aproxima mais ainda.

Mari Gomes (Blog MV): O que mudou em você de lá pra cá?

Monique Evelle: A afirmação enquanto mulher e negra. Antes eu falava, mas não falava tanto como acho que deveria ter dito desde sempre. Mas tudo é uma construção. Hoje entendo a importância de ressaltar isso até para que as pessoas entendam que não vou escolher que opressão vou lutar. Se estou no debate racial, trarei a questão de gênero. Se estou no debate de gênero, trarei a questão racial e assim por diante.

Mari Gomes (Blog MV): Você esperava que fosse agregar tanta gente com suas ideias?

Monique Evelle: Nunca! Nunca mesmo. Até porque eu só tinha apoio de minha mãe e meu pai. Meus amigos e amigas mais próximos ignoravam o que eu fazia. Se não ignoravam, pelo menos não falavam que estava legal. E nas redes sociais nem as pessoas mais próximas curtiam, comentavam ou dava alguma força. Então não sabia que um dia teria tanta repercussão as coisas que faço.

Junto de colaboradores, hoje a Monique levanta dois outros projetos: a rede Social Ubuntu e a loja virtual Kumasi. Esta é um espaço virtual de aprendizagem coletiva. Aquela reúne marcas criadas por negras e negros, oferecendo apoio logístico e administrativo. 

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Foto: Instagram.com/moniqueevelle

Mari Gomes (Blog MV): Quais seus planos para o futuro?

Monique Evelle: Olha, estou muito realizada com os resultados que o Desabafo trouxe para outras pessoas e para mim também. Os projetos sendo solicitados, a rede social Ubuntu sendo procurada e pessoas sendo impactadas. Sobre planos futuros, espero que continue assim.

Mari Gomes (Blog MV): Indique, por favor, algumas das influências inspiradoras na sua vida?

Monique Evelle: Meus pais, Gabriel Leal (um dos colaboradores do Desabafo), a socióloga Vilma Reis, a filósofa Djamila Ribeiro, Paulo Rogério, cofundador do Mídia Étnica, o empreendedor Lucas Santana e George Vitor, um menino de 12 anos.

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“Sempre forte, rumo ao norte”. Trecho da canção “Campo de Batalha”, da Móveis Coloniais de Acaju, da qual a Monique participou do clipe. Foto: Instagram.com/moniqueevelle.

É com a sensação de quero mais que o post se completa. Confira nos links abaixo mais sobre a Monique, o Desabafo Social, a Ubuntu e a Kumasi.

Gostou de conhecer a Monique e suas ideias transformadoras? Quem você acha que também deveria aparecer por aqui? Deixe sua opinião nos comentários! Também não esqueça de acompanhar o blog nas redes sociais e fomentar mais ainda nossas conversas! Até mais!?

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