Sonhar, imaginar e criar. Esse é meu mantra. Nunca fez tanto sentido utilizá-lo neste momento de mundo. E utilizando esse mantra todos os dias, desde o início da pandemia. Repito todas manhãs e todas noites para não desistir de criar uma realidade que seja possível viver.
Na internalização desse mantra, lembrei de tudo criei em momentos errados. Talvez tenha sido em momentos certos, mas para pessoas erradas. Ou talvez tenha sido em momentos certos, para as pessoas certas, mas eu mesmo que estava errada em achar que as pessoas realmente precisavam disso. Então, eu que fiz produtos e serviços errados.
Deu errado!
Em 2015, pelo Desabafo Social, criamos a rede social Ubuntu. Uma rede de aprendizagem colaborativa, onde os dados não ficavam em nossas mãos. Era uma reposta em relação ao Facebook. No início foi lindo. Pessoas entravam, interagiam, compartilhavam a importância de uma rede segura etc. Depois de quase dois anos, foi enfraquecendo, pois os membros nunca iriam abrir mão de utilizar redes sociais das grandes empresas (Facebook, WhatsApp, Instagram e Twitter).
Utilizamos o termo “fogo de palha” para descrever todas pessoas que ficavam nos enviando para continuar com a rede social, mas que nem elas mesmo estavam utilizando. Resolvemos suspender a operação.
Em 2016, junto com Lucas e Neuza (meu namorado e minha mãe), criamos a Kumasi. Até então, o único marketplace destinado para empreendedores negros. Aconteceu a mesma coisa. No início, muito barulho, empreendedores falando da importância para a comunidade etc. Meses depois, muitos achavam que deveriam ser gratuito e não com a taxa de 15% para a plataforma. Mas, mesmo reclamando da nossa taxa de manutenção para que a Kumasi continuasse existindo, os empreendedores utilizavam outras plataformas para vender seus produtos que cobravam taxas maiores.
Esses dois momentos, me mostrou que sempre terão pessoas com mais disposição de criar e liderar ideias, projetos e negócios com potenciais grandiosos. Só que no universo de 100%, essas pessoas dispostas representam 10%.
Foi ótimo ter passado por isso, porque agora trabalho com apenas esses 10%, mesmo que os 90% reclamem.
Síndrome da Reclamação e da Oportunidade Estagnada
Escrevi um capítulo no meu livro, sobre as síndromes que carregamos. Uma delas é a síndrome da reclamação e da oportunidade estagnada. Essa síndrome você já teve ou tem. Todo mundo já passou por isso ou passa.
Sabe quando a gente reclama que deveria ter determinado evento em nossa cidade? Ai quando tem a gente reclama porque é pago? E quando deixam os ingressos gratuitos a gente reclama porque é longe da nossa casa? E quando é de graça e é perto da nossa casa a gente começa a inventar desculpas? Pois é! Isso é a síndrome da reclamação e da oportunidade estagnada.
Reclamou, reclamou, reclamou e quando finalmente aconteceu o que você queria, você continuou reclamando e criando desculpas e deixou a oportunidade passar por você.
Por isso, cansei de ter que aturar pessoas que já identificou que têm essa síndrome, mas prefere não fazer nada em relação a isso.
10% dispostos, 90% fogo de palha
Eu sempre quis ter um lugar onde me sentisse bem e ao mesmo tempo produtiva. De certa forma, eu já tenho esse lugar: Desabafo Social e Sharp. Mas considerando que todos meus sonhos, foram realizados, eu queria para 2020 criar novos sonhos para realizar. E ter algo mais Monique CPF do que Monique CNPJ.
Foi quando resolvi convidar algumas pessoas que admiro e que poderiam realizar e criar a realidade de queremos viver. Essas pessoas são aquelas que fazem parte dos 10%. Pessoas que sonham, imaginam e criam.
Desse convite, várias ideias surgiram e algumas hipóteses foram criadas:
- E se eu fizer um clubinho com uma galera incrível?
- E se desse clubinho criássemos soluções reais?
- E se as pessoas que fazem parte do clubinho fossem reconhecidas e ganhassem benefícios?
E assim surgiram várias hipóteses que viraram realidade.
Iniciamos o plano de transformação mundial utilizando dark social, que é compartilhamento de conteúdo, estratégias, soluções etc por meio de canais privados que você não consegue monitorar.
Hoje, quem faz parte são pessoas convidadas. Em breve algumas pessoas interessadas poderão participar, porém terão que passar por um processo de seleção. O processo funciona para continuarmos com pessoas comprometidas, gerando conteúdos de alto valor, compartilhando experiências e co-criando soluções. Além disso, como desenvolvemos uma dinâmica de gamificação do conhecimento e aprendizado, beneficiando e reconhecendo todos integrantes, precisamos realmente de pessoas dispostas e comprometidas. Precisamos dos 10%, não dos 90% conhecidos como “fogo de palha”.
Para os 90% tem outras redes, outros ambientes, para publicar o textão e hashtags. No nosso clubinho, transformamos o textão e as hashtags em ação, em solução, em algo tangível. Nem que esse tangível seja desenvolvimento pessoal e profissional de cada membro do nosso clubinho.
Se você quer entender um pouco mais, acompanhar uma parte ou ter a chance de fazer parte desse ambiente de pessoas dispostas e comprometidas, acompanhe o Inventivos.co no instagram.
Eu acredito no poder da multidão, mas numa multidão que sonha, imagina e cria.